Inteiramente construído no Brasil, ele é o nosso maior submarino. Nosso repórter fez uma viagem a bordo do Tikuna e conta como ele funciona e como é a vida nas profundezas do mar
O COMANDANTE EXPLICA que, para se locomover, o Tikuna utiliza dois tipos de sonar: o ativo, que emite um som que atinge o objeto e retorna, dando sua posição (é assim também que os morcegos se locomovem no escuro); e o passivo (mais utilizado no caso de submarinos), que capta os sons externos emitidos e ajuda a localizar sua fonte. A acuidade de tais equipamentos permite precisar quantas pás tem cada hélice de uma embarcação a dezenas de quilômetros de distância. Isso a mais de 200 metros, profundidade na qual o Tikuna é capaz de navegar.
“Reside aí a primeira característica e a grande arma de um submarino: a ocultação”, explica o comandante. “O simples fato de saber que pode haver um submarino sob eles já inibe a ação de vários invasores, como contrabandistas e navios pesqueiros irregulares.” Assim, como não estamos em guerra, o Tikuna cumpre sua função de patrulhar os mais de 8,4 mil quilômetros da costa brasileira.
“Reside aí a primeira característica e a grande arma de um submarino: a ocultação”, explica o comandante. “O simples fato de saber que pode haver um submarino sob eles já inibe a ação de vários invasores, como contrabandistas e navios pesqueiros irregulares.” Assim, como não estamos em guerra, o Tikuna cumpre sua função de patrulhar os mais de 8,4 mil quilômetros da costa brasileira.
O Tikuna é o maior submarino do Brasil, embora em poucos segundos seja fácil perceber que isso não significa muito espaço para seus tripulantes. É, na verdade, um grande tubo de aço de 62 metros de comprimento por 6,2 metros de diâmetro revestido de uma fibra especial. Seu formato lembra a silhueta de uma baleia.
Colocados os motores e demais equipamentos, sobra uma área de pouco mais de 20 metros quadrados habitáveis. A sensação claustrofóbica é ainda maior quando consideramos que a tripulação – 7 oficiais e 29 praças – passa dias, semanas, meses enclausurada nessa verdadeira lata de sardinha de guerra. Após poucas horas dentro dele, como foi o meu caso, já se começa a perceber a monotonia de um cenário frio, todo de metal.
Ironicamente, a maior área habitável do submarino é a sala de torpedos. Nesse recinto, equipado com oito tubos lança- torpedos, são feitas as refeições e os tripulantes se divertem nas horas de descanso. Uma televisão conectada a um aparelho de DVD exibe a programação do Cine Tikuna, que é como os tripulantes chamam a relação de filmes programados mensalmente. Cartas de Iwo Jima, dirigido por Clint Eastwood, era a atração do dia: um belo e inspirador filme de guerra.
A FALTA DE ESPAÇO é sentida também na hora de dormir. Os beliches, distribuídos em vários setores do submarino, mais parecem câmaras mortuárias, onde não se consegue nem ao menos sentar. Levantar bruscamente durante a noite pode significar um galo na cabeça.
A minúscula cozinha fica no centro do submarino e dela saem todas as refeições. A alimentação, por sinal, é outra grande preocupação na vida de um submarinista. Como a falta de espaço impede a realização de exercícios físicos, é preciso ter cuidado para não engordar. A dieta é balanceada, sem muita fritura ou alimentos gordurosos. No dia em que estive lá, foram servidos estrogonofe, salada, arroz e legumes, tudo muito saboroso.
A minúscula cozinha fica no centro do submarino e dela saem todas as refeições. A alimentação, por sinal, é outra grande preocupação na vida de um submarinista. Como a falta de espaço impede a realização de exercícios físicos, é preciso ter cuidado para não engordar. A dieta é balanceada, sem muita fritura ou alimentos gordurosos. No dia em que estive lá, foram servidos estrogonofe, salada, arroz e legumes, tudo muito saboroso.
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